Cada pé possui:
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Baseado em:
- 26 ossos
- 33 articulações
- 114 ligamentos tendinosos
- 20 músculos
- mais de 7000 terminais nervosos.
Nossos pés suportam fortes pressões, já que
sustentam os movimentos e todo o peso do nosso corpo. Ao longo de um dia
sedentário os pés batem no chão perto de 2500 vezes. Imagine ao longo de uma
vida? E olhe que durante a vida nem sempre damos
a devida atenção aos nossos pés. Esse descaso, somado ao próprio processo de
envelhecimento, gera deformidades, dores, que dificultam o caminhar e,
consequentemente, as atividades do dia a dia. Uma afecção comum na terceira idade, que
acomete principalmente as mulheres, principalmente pelo sobrepeso e uso de
sapatos inadequados, é a fascite plantar.
A FASCIA PLANTAR
A fáscia
plantar (chamada também de aponeurose plantar), uma membrana de tecido
conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé,
desde o osso calcâneo até a base dos dedos dos pés. É a fascia plantar que dá
sustentação e estabilidade ao arco plantar. Simplificando: é a fáscia plantar
que ajuda a manter a curvatura do pé firme, graças à sua capacidade de
amortecer e distribuir o impacto.
O
QUE É A FASCITE PLANTAR?
A Fascite plantar é o processo inflamatório
que acomete esta fáscia. Pode ocorrer devido a um estresse excessivo dessa
região, como impacto e microtraumas repetitivos, estiramento excessivo da
fáscia plantar e processos degenerativos no local da origem da fáscia.
O sintoma mais comum é a dor. A dor costuma
ser aguda, perto do calcanhar, irradiando ao longo do arco do pé. No período da
manhã as queixas de dores são maiores, os pacientes relatam ter dificuldade até
mesmo de colocar o pé no chão, relatando uma melhora ao longo do dia. A dor
costuma retornar depois de longos períodos em pé, ou após um período de
descanso.
O
QUE PODE CAUSAR A FASCITE PLANTAR?
·
Pés planos ou chatos (arco plantar mais
baixo, maior área de apoio da sola do pé com o solo) ou pés cavos (arco plantar
mais alto, menor área de apoio da sola do pé com o solo) podem afetar a forma
como o peso do corpo é distribuído e aumentar a pressão sobre a fáscia plantar;
·
Encurtamento e tensão no Tendão de Aquiles
(que liga a panturrilha à região do tornozelo), já que este tendão tem conexão
direta com a fáscia plantar;
·
Sobrepeso, pois existe uma sobrecarga tanto
óssea quanto muscular;
·
Calçados inadequados, com solados planos e
muito flexíveis que não dão o suporte adequado para o arco do pé;
·
Atividade física repetitiva e de alta
intensidade, que exijam muito do calcanhar e da fáscia plantar, como corridas
longas e excessivas;
·
Exercer funções em que precise ficar em pé
por muito tempo.
DIAGNÓSTICO
Num primeiro momento, o diagnóstico de
fascite plantar é clínico e leva em conta as particularidades dos sintomas e os
fatores de risco. Exames de imagens serão úteis para estabelecer o diagnóstico
diferencial como no caso do esporão do calcâneo.
É importante não confundir a fascite plantar
com o esporão do calcâneo. São duas patologias diferentes, embora possam ser
desencadeadas por lesões muito semelhantes: microtraumatismos e inflamação
crônica na região do calcanhar, nas proximidades da inserção do tendão de
Aquiles. No caso específico do esporão, surgem depósitos de cálcio debaixo ou
atrás desse osso. Eles formam saliências parecidas com ganchos que lembram as
esporas dos pés dos galos. Esporões do calcâneo podem provocar uma dor
aguda, em pontada, que piora com o movimento e melhora com o repouso.
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento da fascite plantar é
reduzir a inflamação, aliviar a dor e habilitar o paciente para assumir suas
atividades rotineiras.
Grande parte dos portadores de fascite
plantar se beneficia com o tratamento conservador que inclui repouso, aplicação
de gelo no local e sessões de fisioterapia.
LEMBRE-SE
·
Em caso de dor procure o médico e o fisioterapeuta;
·
Perca peso;
·
Prefira calçados com maior amortecimento, evite os
sapatos muito planos. Além
disso, os sapatos precisam ter estrutura firme (não podem deformar facilmente)
e ser feitos de tecidos maleáveis. A compra de sapatos deve ser feita no fim do
dia, quando os pés estão mais inchados, e não se deve comprar um calçado
esperando que ele vá lacear: é preciso se sentir confortável no primeiro momento
em que se calça o sapato novo.
DICAS
PARA FAZER EM CASA
·
Para
reduzir a inflamação e aliviar a dor: gelo e automassagem
Faça uso do gelo: Congele água dentro de uma
garrafa pet e role-a sob o arco plantar para frente e para trás durante 10
minutos;
Faça auto massagem: Massageie a sola dos pés
com uma superfície de contato. (Podem ser bolas de tênis, cabos de
vassoura, movimentando-a em todas as direções).
·
Para
alongar e fortalecer a fáscia plantar: exercícios com uso de uma toalha
Para alongar: sente-se no chão com as costas
retas, estique as pernas e puxe a pontas dos pés com uma toalha;
Para fortalecer: Sentado numa cadeira,
recolha do chão a toalha utilizando apenas os dedos dos pés.
·
Para
alongar e fortalecer os músculos da panturrilha
Pise na borda de um degrau com as pontas dos
pés alinhadas e vá descendo apenas os calcanhares para fora do degrau, o máximo
que conseguir, sem forçar muito. Permaneça nessa posição por alguns segundos.
Depois volte à posição inicial e relaxe a musculatura;
Sente-se numa cadeira com a planta dos pés
apoiadas no chão e os joelhos flexionados em 90º. Nessa posição, erga o
calcanhar o mais alto que puder e pressione com toda a força possível as pontas
dos pés contra o chão. Mantenha a posição por alguns segundos e vá abaixando os
calcanhares devagar.
Este material de apoio foi produzido
para uma palestra: Terceira idade sem dor, na semana de comemoração do dia
Mundial da saúde, por Natalia de Freitas Guerreiro Ferreira,
fisioterapeuta, crefito 3/49373-F.
e-mail: nathiguerreiro@hotmail.com
Baseado em:
Lawrence M. Tierney
Jr.,Stephen J. McPhee, Maxine A. Papadakis – Diagnóstico &
Tratamento/fascite plantar
SBED – Sociedade
Brasileira para Estudo da Dor – Fascite Plantar
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